Na roça, o pai, numa rede,
Disse às duas meninas:
"Vão, depressa, tenho sede,
Buscar água, lá na mina!"
Ambas, pulando, saíram,
Correndo, dando pinotes,
Uma , com uma moringa,
Outra, levava um corote.
Ao chegarem no barranco,
Numa sombra se sentaram,
Tendo uma pedra por banco,
Um plano, então, armaram:
"Vamos soltar as vasilhas,
Que elas descem rolando,
E, então, sem essas bilhas,
A gente vai, descansando ?"
A ladeira era tão forte,
Que qualquer um se cansava,
Nos cipós, com muita sorte,
As garotas se agarravam!
A moringa era pesada,
Em desabalada saiu,
E, antes mesmo da chegada,
Na descida se partiu!
O outro, por ser mais leve,
Chegou até à baixada,
Bateu numa pedra, e teve
Sua madeira rachada!
De mãozinhas abanando,
As crianças regressaram,
Sedentos, muito cansados,
Todos pra casa voltaram!
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