Certa noite, ouvi uma cantoria
Que vinha do rio.
Resolvi observar
O que seria.
No portão de entrada,
Numa placa se lia:
"Sapo não entra !"
Falei com o cururu da guarita,
Que eu era apenas
Uma turista,
E nada mais.
Após convencê-lo,
Recebi um crachá,
Pois, sem ele,
Nesse coral
Nenhum humano entra.
Num nobre salão,
Lindas pererecas,
Vestidas de gala,
Serviam um coquetel:
Licor de sapoti,
Suco de mosquito,
Vinho de pequi,
As panelas, lustradas com sapólio
Pareciam espelhos!
A bateria,
Lavada com saponáceo, luzia!
Na orquestra tudo era sem igual:
Sem maestro, sem batuta,
Mas a sinfonia,
Era mesmo descomunal!
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