domingo, 10 de novembro de 2013

ORQUESTRA SAPOLÍTICA



Certa noite, ouvi uma cantoria
Que vinha do rio.
Resolvi observar
O que seria.

No portão de entrada, 
Numa placa se lia:
"Sapo não entra !"

Falei com o cururu da guarita,
Que eu era apenas
Uma turista, 
E nada mais.

Após convencê-lo, 
Recebi um crachá,
Pois, sem ele, 
Nesse coral
Nenhum humano entra.

Num nobre salão, 
Lindas pererecas, 
Vestidas de gala, 
Serviam um coquetel:
Licor  de sapoti, 
Suco de mosquito, 
Vinho de pequi, 
As panelas, lustradas com sapólio
Pareciam espelhos!

A bateria, 
Lavada com saponáceo, luzia!
Na orquestra tudo era sem igual:
Sem maestro, sem batuta, 
Mas a sinfonia, 
Era mesmo descomunal!

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